-Lindsay, eu... Eu to com medo. –disse rapidamente.
-Medo? Medo do que,
Bella?
Bati as mãos no
volante, enquanto estávamos paradas no sinal e me virei um pouco pra falar com
ela.
-De tudo, na verdade.
Sei lá, tenho medo de não ser uma boa mãe... Medo de não conseguir dar atenção
ou carinho o suficiente. Medo do que a falta do pai pode causar a essa
criança... São tantas coisas.
Acelerei o carro
assim que o farol abriu, e virei à rua a direita, procurando uma vaga.
-Cala a boca! Você
vai ser uma ótima, ótima mãe. Acha que eu nunca vi você conversando com o bebê?
Você tem que ver como seus olhos brilham!
Estacionei o carro e
descemos do mesmo. Eu sorria feita boba. Por causa do bebê, por causa das
palavras de Lindsay e porque eu logo saberia se estava esperando um príncipe ou
uma princesa.
Abracei Lindsay de
lado e fomos andando até o consultório. Antes de entrarmos, a puxei e dei um
abraço apertado.
-Muito obrigada...
Por tudo.
Entramos no
consultório, fiz minha ficha na recepção e ficamos esperando. Uns quinze
minutos depois, mais ou menos, a doutora me chamou. Não era a doutora Anne, com
quem eu prometi fazer meu pré-natal, mas tudo bem. A doutora Ashley, uma médica
que deveria ter uns 30 anos, alta e ruiva. Uma médica muito simpática, na
verdade.
-Ah, como essa
barriguinha cresceu desde a última vez que nos vimos, não?
-Ah, sim... Já estou
começando a sentir o efeito na minha coluna. –ri.
Deitei na maca e
levantei minha blusa, o que já era de praxe. A doutora passou aquele gelzinho
gelado em minha barriga e eu senti meu corpo se arrepiar.
-Vamos lá, Bella.
Ela passava o
ultrassom na minha barriga, de um lado ao outro, procurando, até ter uma boa
visão. Meu neném estava lá, com as perninhas arreganhadas, o que facilitou
muito.
-Muito bem querida...
Aqui está... –ela focou num ponto no meio das perninhas –a sua garotinha.
O mundo pareceu parar
naquele instante. Imagens passavam em minha cabeça, e o sorriso era inevitável.
Uma garotinha
loirinha de cabelos claros iguais ao do pai, e a lábios grandes, também iguais
ao do pai. Olhos grandes e escuros como os meus. Perninhas gorduchinhas
rodopiando pela casa. Um lacinho cor-de-rosa enfeitando graciosamente sua
cabeça, um vestido branco, com babados caindo perfeitamente bem em seu corpinho
gorducho.
-É uma menina? É a
minha pequena Claire? Eu estava certa?
-Sim, é uma menina,
Isabella. Claire? Que nome lindo.
-Sim, vai ser
Claire... Eu não te disse, Lindsay? Eu disse que era uma menina! –me
vangloriei.
-Ahã. Você disse...
Umas centenas de vezes. –a doutora riu.
-Sim, muitas vezes as
mães sentem essas coisas... Muito bem, Bella, pode se levantar. –ela me deu
alguns papéis, pra tirar o gel da barriga e tal. –Bom, nos vemos daqui algum
tempinho, então? –ela me entregou o ultrassom que havia acabado de imprimir.
–Passa na recepção, rapidinho só pra agendar sua próxima consulta e o próximo
ultrassom, tudo bem?
-Sim, sim! –eu não
conseguia esconder minha felicidade.
Agendei tudo o que
tinha pra agendar, e saímos do hospital.
-Lindsay, vamos à
Starbucks? Preciso falar com o Peter de qualquer forma, e um café agora seria
uma boa.
-Claro, tudo bem.
-Ah, e eu também
tenho que comprar uma coisinha pro pessoal.
-Que... Coisinha?
-Uma surpresa pra
eles.
Meu celular apita
duas vezes, e eu o pego, olhando a mensagem um pouco entediada.
Droga, é Peter.
Peter, meu patrão. Oh shit.
-Puta que pariu... –gemi.
Ou foi mais pra um grunhido? Bom, não sei.
-Que foi? Tá sentindo
dor? É alguma coisa com a neném? Me fala Bella! –Lindsay, sempre exagerada.
-Não é nada... Bom,
na verdade é. Peter quer que eu vá trabalhar hoje.
-HOJE? Mas é sua
folga.
-Sim, mas a Kurt
ficou doente. Eu realmente preciso ir, Lind. Me desculpa.
-Mas que merda...
Bom, tudo bem. Eu vou com você até a Starbucks. E, só pra avisar, vou dormir
com você hoje, tá? Amanhã cedo eu volto pra Stratford.
-Mas já?
-Sim...
...
Cheguei á Starbucks
correndo, e Peter me explicou brevemente que Kurt estava com uma virose, ou
algo do tipo. Coloquei meu uniforme e corri para o balcão. Lindsay me pediu um
Frappuccino, e se sentou á mesa. Entreguei seu pedido, e continuei atendendo os
clientes. Eu sempre me cansava muito rápido, afinal, a barriga já pesava, mesmo
estando apenas de quatro meses. Lindsay se despediu de mim rapidamente, e disse
que pegaria um táxi pra voltar pra casa. Assenti, e continuei atendendo aos
pedidos.
Fiquei arrumando
alguns copos no suporte dos mesmos. Estava quase no fim do meu expediente, quando
o sininho da porta tocou, fazendo-me virar e eu o vi. Era ele, eu tenho
certeza. Mas... O QUE ELE FAZIA ALI?
-Bella? –a voz extremamente rouca que eu tentei tirar
de minha cabeça por malditos quatro meses, soou. Virei minha cabeça
abruptamente, tentando não ser vista.
-Bella? –ele perguntou de novo, e eu, sem pensar, corri. Entrei pra
dentro dos vestiários, respirando afobada, apenas escutando os gritos. Os
gritos dele.
-Isabella, o que é que foi? Você está passando mal?
–Laureen, a garota loira que nunca fala comigo no trabalho, perguntou. –Tem um
garoto histérico chamando por você lá fora.
-Eu... Eu não estou
me sentindo bem. Você pode me cobrir?
-Ah, sim, claro. E o
que eu falo para o garoto?
-Fala que... Que
nenhuma Isabella tra-trabalha aqui. P-P-Por favor.
-Sim, sim. –Laureen
disse meio afobada, e correu pra fora.
Era ele, disso eu não
tinha dúvidas. Mas o que ele fazia ali? Quem contou que eu estaria ali? Será
que ele realmente me viu? Será que ele viu meu rosto, ou pensaria que havia
feito uma confusão? Só sei que o buraco, antes já cicatrizado, em meu peito,
havia se aberto novamente. A dor angustiante me dominando. Arrastei-me pelo
armário, apertando as mãos na têmpora. Eu não queria ouvir mais nada, nem mais
ninguém. Eu só queria chorar, chorar e chorar. Talvez a poeira daquele cômodo
me cobrisse por completo, talvez nos fundíssemos em um só. EU SÓ QUERIA
DESAPARECER.
Consegui que Peter me
dispensasse mais cedo, de modo que ás 06 horas eu já estava em casa. Esqueci-me
de tudo e de todos. Nem avisei a Lindsay que estava em casa. Enfiei-me debaixo
das cobertas e chorei. Chorei como nunca havia chorado antes em minha vida.
Justin Narrando
Era ela, eu tenho
certeza. Trabalhando na Starbucks. E com uma barriga enorme
Ela estava grávida.
E não era de um filho
meu. Se fosse, eu seria o primeiro a saber, tenho certeza. Então é por isso que
ela foi embora? Por estar grávida de um otário qualquer? O cara não quis o
filho? Por isso ela foi embora? Acabou com a vida da mãe dela desse jeito? Por
isso ela acabou com minha vida desse
jeito?
Isabella
Narrando.
...
Os dias passavam rápidos,
o que era bom por um lado, e péssimo por outro.
Eu não vivia mais, eu
apenas existia. A vontade de viver se esvaiu de mim a partir daquele dia na
Starbucks. Eu ainda me alimentava e levantava da cama apenas por essa pequena
que cresce dentro de mim.
Levantar da cama era
um desafio, olhar na cara das pessoas que tanto me amam e me acolhem é um
desafio. Eu sentia que os ignorando desse jeito, estava magoando-os, mas eu não
conseguia mais. Eu acordava, forçava meu café da manhã a descer goela a baixo,
ia para o trabalho, fingia sorrisos pros clientes, beliscava algumas coisas
durante o dia, voltava pra casa, forçava meu jantar a descer goela abaixo,
tomava um banho e me jogava na cama, chorando até dormir.
Grávidas são muito
sentimentais, claro, mas não eram só os hormônios. Eu me sentia vazia. Era como se um buraco tivesse sido aberto em
meu peito.
No dia seguinte ao
ultrassom, acordei com uma grande dor de cabeça e batidas insistentes na porta.
Claro, eram eles. Candy, Candice, Josh... Enfim, todos. Nervosos porque eu não
havia ido direto a casa deles, e nem dei algum sinal de vida. Eu apenas
resmunguei “Eu não estava bem. É uma
menina, podem ir embora.” Todos os sorrisos murcharam simultaneamente, e
eles se retiraram sem dizer mais nenhuma palavra. Todos sabiam que algo “a
mais” havia acontecido, mas não questionaram nada. Eu pretendia contar a eles
sobre o sexo do bebe de uma forma mais alegre, mas eu não tinha mais espaço pra
“felicidade” no meu dia-a-dia.
Agora, com sete meses
de gestação, parece que tudo começa a pesar. Não, não estou falando da minha barriga. Parece que agora tenho um
mundo pra carregar nas costas. E a saudade é maior do que tudo... Há alguns
dias atrás, eu realmente fiquei a fim de largar tudo e voltar pra Stratford,
desistir de tudo o que eu construí em sete meses e voltar, mas as palavras de
Lindsay naquele dia me fizeram desistir de tudo.
“Ah... Bom... Eu... Eu não queria te dizer isso, na boa, mas... Sua mãe
vai casar Bella.”
Me desculpem pela demora :c
Nao pretendia demorar tanto, mas eu mudei muita coisa no rumo da IB. Já enrolei demais com ela e tal, então mudei pra poder terminar logo. Mais alguns capítulos e teremos um fim. Sem choro, sem choro. Tenho mais 3 IB's aqui pela metade, mas ainda tenho que decidir se vou continuar postando aqui, ou se vou pro Anime, ou pro Tumblr. (Talvez eu deixe o blog pra Anne e pra Carol, mas não é certeza ainda... )
Enfim, comentem okay? Continuo com 10 comentários. Eu sei que vocês conseguem.
Não comentem mais de uma vez, okay? Eu sei quando isso acontece.
Beijos e beijos. Happy PLLDay (nem sei se tem alguma little liar aqui, mas blz hahaha)
continuaaaa ! leitora nova ~ @oshjb ~
ResponderExcluircontinua eu to muito curiosa... mais eu n quero que termine assim eu quero que eles voltem..que ele saiba da filhinha dele.. e posta logo o próximo capitulo, se fica torturando a gente ai..-@juliadrewmotta
ResponderExcluiradorei, só que gostaria tbm q o justin soubesse do bb logo, seilá... n demora de novo pra postar, é toutura mesmo haha...
ResponderExcluircontinua amr.
ResponderExcluircontinua amr, ai mds eu quero que eles voltem ai g-zuis que ansiedade...
ResponderExcluirAmei
ResponderExcluirEste comentário foi removido pelo autor.
ResponderExcluircontinuaaaa por favor, o Justin e a Bella tem que voltarem.. eles são perfeitos
ResponderExcluirContinua logo... Eu quero que ela se encontre de verdade com o Justin, eles tem que conversar antes que a Claire nasça, ela não pode nascer sem pai!
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